quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Carolina, querida.

Carolina era uma menina realmente surpreendente. Tinha hábitos estranhos, era incomum aos olhos da maioria. Quando questionada sobre vida social, simplesmente dizia que tudo o que sentia por grande parte das pessoas que conhecia se resumia a repúdio. Ela costumava dizer que via hipocrisia de longe, e que nunca vira uma pessoa sequer que não fosse hipócrita. Hipocrisia por parte dela? Fica a critério de cada um.
Carolina. Ela não gosta do nome. Mas acha que não gostaria de nenhum, até porque é estranho para ela gostar de algo tão presente em sua própria vida. Ela não gosta de rotina, não se espelha em pessoas comuns e com bom caráter. Não faz coisas erradas, a menos que você julgue odiar a 'sociedade' um pecado mortal. Ela não é anti-social. Convive muito bem com pessoas. Claro que não são desse tipo de gente que se vê sempre pelas ruas, até porque já deu pra notar que ela não é a pessoa mais agradável do mundo, nem mesmo pra ela mesma, e tem um ar de superioridade na maioria das vezes extremamente irritante. Digo porque sei. E digo também que considero as pessoas que conseguem passar os dias ao lado dela verdadeiros guerreiros. Mas não se preocupe. Ela não é assim tão insuportável com quem ela gosta, ou considera menos hipócrita. E eu não sou uma dessas pessoas. Então, conheço sempre o lado mais obscuro da tão falada Carolina.
Mas se a Carol fosse a pessoa indicada para lições de moral, ela saberia o que dizer. Não que ela fosse exemplo. Mas imagino que de tanto observar e criticar pessoas, ela seja um das mais indicadas ao cargo de conselheira dentre as sábias mentes que conheço, se não fosse pelo fato de que ela nunca aceitaria algo assim.
E sabe por que me aproximei dela? Pelo nome. Esse mesmo que ela não gosta. Inicialmente, esse fato me indignou. Por muitas vezes na vida estive até decidida a chamar minha primogênita assim. E como poderia alguém não gostar de um nome tão bonito, ainda mais sem um 'Ana' ou 'Maria' na frente, o que é até bastante incomum. Mas não é um caso para discutir agora.
E a familia dessa menina, onde estaria? Ela não quis saber por um bom tempo, já que os familiares eram inegaveis integrantes da massa a qual ela repudiava. Apesar de dizer que não tem sonhos, e que a luz da juventude parece não lhe atingir, por sua personalidade fria e seus sentimentos que são quase sempre os piores possíveis, ela é jovem. Ainda não é a hora de revelar sua idade física, para evitarmos que a garota seja prejulgada, algo que lhe deixaria realmente muito irritada.
Por hoje, acabo por aqui. E num futuro próximo, sem dúvida, estarei de volta para continuar a introdução à Carolina. Não se pergunte por que um ser se contenta em escrever sobre um outro, mas é algo que acontece comigo, considerando a profunda admiração misturada com uma raiva imensa que sinto por ela, considere-me apenas alguém que gosta de explorar uma personalidade relativamente complexa, de difícil entendimento, e alguém que tem uma satisfação inexplicável só em pensar que alguém mais poderia ter a mesma visão sobre a Carol.

Até mais, esteja certo de que voltarei.